A marca deve sempre falar com o seu consumidor, certo? Mas será que isso sempre é feito de forma correta ou, até mesmo, responsável? Cabe levantar esse questionamento nesses tempos em que o marketing digital figura como uma ótima ferramenta influenciadora de comportamentos.
Cabe levantar esse questionamento nesses tempos em que o marketing digital figura como uma ótima ferramenta influenciadora de comportamentos.
Para entender um pouco melhor o que estamos falando, vamos voltar um pouquinho no tempo e lembrar das ações de merchandising inseridas nas telenovelas.
Bastava a atriz usar em cena um novo esmalte de cor azul para que, na semana seguinte, os pedidos pela tal cor bombassem nos salões.
A roupa da personagem não parava nas prateleiras das lojas, a marca de shampoo que patrocinava determinado programa fazia um lançamento – que era um tremendo sucesso – a cada nova edição. E assim, a cada capítulo ou temporada, o status do produto mais popular mudava e passava a ser desejo de consumo da massa.
Corta pra hoje: a influência digital traz um novo cenário que torna o consumo ainda mais rápido e, ao mesmo tempo, efêmero, em que as novidades evaporam com a mesma velocidade com que surgem.
Isso acontece por que muitos produtos ou marcas são lançados todos os dias? Também! Mas existe uma nova influência nas decisões de compra, e o nome dela é esse mesmo: influência.
O influenciador digital ou, simplesmente, INFLUENCER para os mais íntimos, incorpora a marca à sua imagem. Ele traz o produto ou serviço para a sua rotina e demonstra para o consumidor, como se fosse o mais fiel dos usuários.
E voilá! A mocinha do esmalte azul da novela agora vai mais longe. Tão mais longe que fica difícil compreender, exatamente, o quanto essa distância significa em números.
É justamente aqui que precisamos chegar: naquilo que chamávamos de mídia convencional, era o personagem que demonstrava a marca. E os personagens “morrem” quando a novela acaba, figurando em outro projeto e dando nova roupagem ao imaginário popular.
Já o influencer não muda o papel (ou, pelo menos, não deveria), já que ele é um ser humano comum, vivendo sua vida comum, que é publicada na internet para o deleite e entretenimento dos seguidores.
Por não ser um personagem – no geral, essa é a ideia -, a marca também absorve o comportamento do influencer e passa a ser vista como parte da vida dele.
E aqui entendemos o motivo que leva uma determinada marca a se desvencilhar de nomes que lhe causam algum tipo de transtorno ou, de alguma forma, comprometam sua imagem: quando você vincula sua marca à imagem de alguém real, que tem o poder de influenciar as pessoas, ela passa a trazer consigo o peso dessa personalidade, o que é ótimo quando a imagem é positiva, mas é péssimo quando as atitudes não condizem com o que as pessoas esperam.
Eis a grande diferença: a audiência das novelas era quantificada em números e tinha duração limitada. Nas redes sociais, ela é medida por atitudes!
Por isso, antes de se preocupar com o número de seguidores, as marcas precisam analisar profundamente as atitudes e comportamentos dos influenciadores. Esses, sim, definirão o sucesso da sua imagem perante seu consumidor.
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